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APRESENTAÇÃO

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 (texto curatorial)

por  ANGELES DALCAMIM

Alessandra é uma artista plástica que traz em si uma ambivalência singular.  Ela se situa  no ambiente contemporâneo,  na medida em que desconfia de escolas de estilo, rejeita as limitações das nomenclaturas, não quer estar vinculada a guetos.   Seu espírito busca a uma expressão libertária, que se permite transitar por temas usando representações naturalistas, ou abstratas, sem seguir tendências ou conveniências.

Carrega  no olhar a abertura de espírito necessária para receber o mundo em suas múltiplas possibilidades, e faz  disso o mote do seu processo criativo.   Não se apega a materiais, formas ou técnicas, sua busca é contínua e sua palheta de cores mostra  seu encantamento  com cada elemento que a cerca.   Alessandra  se aprofunda cada vez em uma cor, sempre multiplicando-lhe nuances, texturas e tonalidades.   Se  o olhar lhe oferece um azul, sua natureza interior teoriza quantos são os azuis, seus tipos e impactos,  seus sentimentos próprios.   E em seguida segue-lhe a multiplicidade de tons até a satisfação de sua curiosidade sobre o azul.    Assim sobre tudo o mais.

Uma antiguidade, uma caixinha decorada com marchetaria sobre laca negra, pontilhado de dourado...  Em cada coisa, por mais ínfima que seja,  sobre a qual lhe recai o olhar,  um novo leque se desdobra e generosamente  se entrega  aos seus olhos e segue para sua extensão: os pincéis.   Seu olhar vagueia calma e sutilmente, apreende  tom, textura, até som e sabor, e sua mente metodicamente degusta o objeto.     O tempo se multiplica e o espaço se aprofunda para captar todas as facetas que seu olhar distingue.

Daí a sua faceta ambivalente,  esse  olhar que é um exercício de voltar a um tempo em que não havia a fotografia, em que o olhar era o grande explorador e contador de histórias e capaz de descrições sobre os objetos assim degustados.

Na série de retratos que produziu, traduziu o brilho no olhar expectante da moça diante da vida,  a textura translucida da pela rosada da criança, com seu brilho quase táctil.   Ou a suavidade e brilho do cabelo, que languido se apoia, fio a fio,  nos ombros arredondados.

Nos seus cavalos está refletida a força,  a extensão homem-animal dos jogadores de pólo,  a luz espalhada sobre o pelo suado.   E a fluidez das emoções da artista  percorrem essas linhas que desenham patas que correm,  peitos que arfam,  músculos que se tencionam,  retorcem, festejam simplesmente o estar mais vivo que nunca numa disparada que faz flutuar a crina livremente pelo ar...

Alessandra se lança a novos  e antigos caminhos, atenta a todas as possibilidades, porque o seu percurso artístico é misturar seu espírito à luz do que a cerca, entregar-se ao que ve e ao que intui que está mesmo sem ver,  trazer o visível  e o sensível  em compasso, juntos.   E oferecer esse mergulho aos observadores de suas obras.

Biografia (Alessandra) – dados não conhecidos ainda

 

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